Caminho nas entonações e simbolizo
as pausas forçadas e as acidentais. O meu mundo é o exercício desafiante do
comunicar. Não é uma tarefa fácil e com frequência atraio controvérsia! Às
vezes, tenho que separar, isolar, suprimir, modificar significados e até chamar
atenção, sem delongas, mas com uma brevidade que faça sentido, afinal no embaralhado
de palavras, contorno sentimentos, ideias e pensamentos.
Quando convocada, tenho que conhecer
e entender o conteúdo, pois me responsabilizo por dar fluência ao que se
escreve. Divirto-me nas alegrias, choro nas tristezas e me aborreço nas
situações equivocadas. Ser Pausa é compreender o relutar, nas curtas durações!
Entretanto, há momentos em que assumo
descontroles e sigo patinando nas palavras sem encontrar encaixe, e em outros,
faço-me repetidamente presente, picotando sentidos, cansando o desnecessário. Ser
pausa nem sempre se traduz simples, apesar das curtas durações!
E talvez por ser assim, a
criadora gramática dos homens me tenha desenhado com essa pequena, mas contorcida
forma, para passear nos textos discretamente, entretanto sem esquecer a delícia
e a dor de um sinal gráfico bem decidido na composição de imaginações, sonhos,
ações, reações, opções, poesias, discursos, músicas, questionamentos, em fim de
vírgulas para sempre durar.
Em uma de minhas breves incursões no mundo literário virtual, um título despretensioso me chamou atenção: lá estava uma vírgula gigante a mostrar-se...parei! instigou-me! ...li... e para minha surpresa o texto era, porque não dizer, uma inesperada prosopopéia......Nele a autora,em sua distraída intenção, personifica de maneira indelével, um dos símbolos mais utilizados no exercício da escrita.O texto confere ao leitor uma visão poética, apesar da concretude do símbolo pessoalizado. Leitura inteligente, interessante e instigante!
ResponderExcluirMaria Eduarda
Nossa! Um conteúdo de elogio tão estimulante...muitíssimo obrigada, Maria Eduarda.
ExcluirDe nada, Adriane. A cada página, uma virgula. Uma história de amor sem fim. Para que ponto final... não é mesmo?
ResponderExcluirMaria Eduarda