Caminho nas entonações e simbolizo
as pausas forçadas e as acidentais. O meu mundo é o exercício desafiante do
comunicar. Não é uma tarefa fácil e com frequência atraio controvérsia! Às
vezes, tenho que separar, isolar, suprimir, modificar significados e até chamar
atenção, sem delongas, mas com uma brevidade que faça sentido, afinal no embaralhado
de palavras, contorno sentimentos, ideias e pensamentos.
Quando convocada, tenho que conhecer
e entender o conteúdo, pois me responsabilizo por dar fluência ao que se
escreve. Divirto-me nas alegrias, choro nas tristezas e me aborreço nas
situações equivocadas. Ser Pausa é compreender o relutar, nas curtas durações!
Entretanto, há momentos em que assumo
descontroles e sigo patinando nas palavras sem encontrar encaixe, e em outros,
faço-me repetidamente presente, picotando sentidos, cansando o desnecessário. Ser
pausa nem sempre se traduz simples, apesar das curtas durações!
E talvez por ser assim, a
criadora gramática dos homens me tenha desenhado com essa pequena, mas contorcida
forma, para passear nos textos discretamente, entretanto sem esquecer a delícia
e a dor de um sinal gráfico bem decidido na composição de imaginações, sonhos,
ações, reações, opções, poesias, discursos, músicas, questionamentos, em fim de
vírgulas para sempre durar.