quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Tropeços do breve




Caminho nas entonações e simbolizo as pausas forçadas e as acidentais. O meu mundo é o exercício desafiante do comunicar. Não é uma tarefa fácil e com frequência atraio controvérsia! Às vezes, tenho que separar, isolar, suprimir, modificar significados e até chamar atenção, sem delongas, mas com uma brevidade que faça sentido, afinal no embaralhado de palavras, contorno sentimentos, ideias e pensamentos.
Quando convocada, tenho que conhecer e entender o conteúdo, pois me responsabilizo por dar fluência ao que se escreve. Divirto-me nas alegrias, choro nas tristezas e me aborreço nas situações equivocadas. Ser Pausa é compreender o relutar, nas curtas durações!
Entretanto, há momentos em que assumo descontroles e sigo patinando nas palavras sem encontrar encaixe, e em outros, faço-me repetidamente presente, picotando sentidos, cansando o desnecessário. Ser pausa nem sempre se traduz simples, apesar das curtas durações!
E talvez por ser assim, a criadora gramática dos homens me tenha desenhado com essa pequena, mas contorcida forma, para passear nos textos discretamente, entretanto sem esquecer a delícia e a dor de um sinal gráfico bem decidido na composição de imaginações, sonhos, ações, reações, opções, poesias, discursos, músicas, questionamentos, em fim de vírgulas para sempre durar.